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Insegurança alimentar, obesidade e desnutrição

Recentemente tivemos a triste notícia do retorno do Brasil ao mapa da fome das Nações Unidas. Isto significa que mais 61 milhões de pessoas enfrentam dificuldades crônicas para conseguir comida. E não foi a pandemia que situou o país de volta a essa marca. Pelos números, essa condição tem piorado desde 2018 em consequência da grande desigualdade social e falta de politicas públicas dirigidas para criação de empregos remunerados , geração de renda para as famílias e estabilidade econômica na sociedade.

A realidade nutricional dos brasileiros é ainda mais desafiadora quando incluímos outras perspectivas: altos índices de subnutrição, carências nutricionais e obesidade. A combinação desta complexa realidade leva ao aumento de doenças crônicas como: hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, as principais causas de morte no país.

Para além das responsabilidades relativas às políticas públicas, temos a piora dos hábitos da população, a queda da qualidade dos alimentos, mudanças  climáticas, aumento dos índices de pobreza. Segundo o relatório global de nutrição, a subnutrição é um problema endêmico no mundo e, apesar de estar ligada à falta de alimentos, atualmente está mais relacionada com uma alimentação pobre em nutrientes. Há muito a ser feito individual e coletivamente para que alteremos esta realidade.

Individualmente podemos tomar medidas importantes como revisar hábitos alimentares, comportamentais e buscar estabelecer um novo estilo de vida. De forma prática, o que devemos fazer:

·      Reavaliar nossos hábitos;

·      Considerar buscar ajuda profissional (se necessário, multidisciplinar);

·      Abandonar o sedentarismo;

·      Reduzir o consumo de alimentos industrializados;

·      Aumentar a ingestão de alimentos in natura;

·      Adotar práticas que aumentem o bem-estar físico e mental;

·      Investir mais tempo em lazer;

·      Conviver mais com o que e quem nos faz bem.

Superar o paradoxo alimentar que vivemos onde temos altos índices de desnutrição/subnutrição e, ao mesmo tempo, de obesidade, requer sim aplicação de políticas públicas mais assertivas e verdadeiramente comprometidas com a segurança alimentar e bem-estar da população, mas também nos exige compromisso individual, familiar.

Os famosos “desembalar menos, descascar mais”, “tirar o bumbum do sofá e se mexer mais”, “sair das telas e viver mais no mundo real” podem contribuir bastante.

Nem todas as medidas para alterar a realidade precisa esperar por políticas públicas, nem tudo que diz respeito a uma alimentação mais saudável e nutritiva é inacessível. Busquemos fazer o que está ao nosso alcance. Escolhas melhores, redução de desperdício, atenção a quem está ao redor… temos muito a fazer individualmente. Façamos a nossa parte!

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